É muito satisfatório poder organizar os próprios livros. Trabalhoso também, é claro. Pode ser um cantinho do quarto onde os livros ficam empilhados ou ainda um cômodo da casa que é destinado às prateleiras de livros. Seja como for, em maiores ou menores proporções, a sensação agradável decorrente da (re)organização dos livros é sempre a mesma. Paz de espírito. Missão autoimposta cumprida com êxito. Ao final, com os livros mexidos e remexidos, trocados de lugar, colocados numa nova ordem, resta o prazer da admiração – nada melhor que aqueles minutos investidos olhando para a própria coleção de livros, ainda mais quando após o findar da (re)organização da qual aqui se fala. Contemplação é palavra.
Qual foi a última vez que você mexeu na sua coleção de livros? Pergunto mexer mesmo, do tipo tirar tudo do lugar e colocar de volta depois de readequar a ordem ou ainda simplesmente para tirar o pó com mais ímpeto na limpeza.
Há quem não se importe com o acúmulo desenfreado de livros que acaba levando a uma disposição totalmente desordenada desses. Há também quem faça uma organização própria em sua prateleira, dividindo os livros por categorias desejadas, mas que com o tempo, com a chegadas de novas obras, a coisa acaba saindo do controle, ensejando em desordem no lugar da ordem de outrora, fazendo-se necessário, de tempo em tempo, uma reorganização de toda a estante. Há ainda aqueles mais organizados, que prezam grandemente pela estética da disposição dos livros na estante, para os quais o ajuste acontece na mesma medida em que novos livros são adquiridos ou recebidos, não dando margem assim para que a desorganização reine. Em qual desses tipos você se enquadra?
A ordem e organização aqui podem ser lidas de duas maneiras distintas, pelo menos. Poderia se falar da (des)organização do tipo “não preciso de uma estante”, onde qualquer canto em que possa se estocar os livros é válido para esse fim. Alguns livros no criado-mudo, outros empilhados na escrivaninha, mais uns na estante da sala e ainda um ou outro no banheiro. É um tipo de (des)ordem daqueles que acham prescindível possuir um espaço próprio, do tipo estante, mesinha, gaveta ou cômodo, para se colocar os livros. Vale tê-los e saber onde podem estar quando se pretender ter acesso a uma obra específica. Esse tipo de disposição dos livros não significa necessariamente que não possam estar ordenados de acordo com determinadas categorias (a segunda maneira de ordem ou organização), pois o possuidor pode, por exemplo, deixar os romances ao lado da cama de seu quarto, os livros técnicos na escrivaninha e aquele que estiver sendo lido na prateleira do banheiro. Quem decide é o leitor que os tem.
Nesse mesmo sentido, há, em contrapartida, a (des)organização do tipo em que são colocados os livros num local que se entende como apropriado: num compartimento do guarda-roupas, na estante da sala, na biblioteca da casa ou ainda numa mesinha do quarto. Depende da vontade do possuidor, da quantidade de livros que tem ou ainda da disponibilidade em sua residência. Se há espaço sobrando na estante da sala, o leitor pode preferir colocar os seus livros ali ao invés de na mesa de estudos de seu quarto. Alguns preferem comprar (ou mandar fazer) estantes com a finalidade de servirem como suporte para a coleção de livros. A ideia é a de se ter um local adequado, apropriado, próprio para os livros. Onde quer que seja, qualquer seja o tamanho, o que importa é existir um lugar que se destine a ser ocupado pelos livros.
Já a outra maneira de se compreender a ordem e organização dos livros está no fato de como se dá a disposição desses. Tenha ou não o leitor um local apropriado para guardar os seus livros, esses podem estar ou não divididos de acordo com certas categorias. Como você organiza os seus livros? Ordena eles na prateleira de acordo com o tamanho? Com a cor da capa? Como o gênero literário? Com a ordem alfabética (do título ou do autor?)? Há formas e formas de se organizar uma estante de livros, incluindo aí a própria desorganização – não se importar com a disposição das obras, até mesmo porque mais e mais livros costumam chegar para preencher os poucos espaços vazios (quando há espaços vazios!).
Qualquer forma em que o leitor se enquadre no que diz respeito à organização dos seus livros, o fato é que sempre é possível fazer ajustes, mexendo neles para fazer uma boa faxina ou simplesmente para mudá-los de lugar. O mais difícil, imagino, acaba sendo para os que prezam por uma organização categórica. Quando não há mais espaço na prateleira dos autores nacionais, o que fazer? Colocar os livros novos dessa categoria junto aos romances estrangeiros ou iniciar um novo compartimento com os até então poucos que se tem e ultrapassaram o espaço reservado a esses? Para os mais perfeccionistas, esse dilema pode ser um tormento!
Seja como for, tendo ou não espaço suficiente, possuindo ou não um lugar apropriado para se guardar os livros, ordenando-os de acordo com alguma categoria específica ou simplesmente os acumulando desordenadamente, a (re)organização dos próprios livros é sempre uma atividade salutar e agradável. Passado o sufoco do esforço e do empenho para tirar todos do lugar e recolocá-los nos mesmos locais ou em diferentes, fica o êxtase da contemplação por um serviço bem feito. A admiração dos próprio livros depois disso tudo compensa qualquer dificuldade de (re)organização.
Deixo aqui a sugestão aos leitores: que tal, para 2019, (re)organizar os seus livros? Vale!
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