Margaret Hilda Roberts nasceu em 13 de Outubro de 1925, em Grantham, Inglaterra – UK. Seu pai, Alfred Roberts foi um renomado político do Partido Liberal, o que por si só, já serviria de vasto incentivo à Margaret em sua caminhada na vida política.
Sempre de postura muito séria, concentrada e rígida, logrou êxito ao cursar Química na Universidade de Oxford, formando-se com honras. Não obstante, Margaret não levava em consideração tão somente a carreira de química, demonstrando sempre muito interesse e empenho nos estudos políticos, tanto, que no ano de 1946, tornou-se a presidente da Associação Conservadora da Universidade de Oxford.
No ano de 1948, se afiliou ao Vermim Club, um grupo de conservadores. Como sempre, sua postura muito séria, profissional, rígida, despertou interesse nos oficiais do devido grupo, que, por sua vez, a incentivaram a se candidatar pelo Partido Conservador, sendo selecionada aos 25 anos à lista de aprovados. Nos anos de 1950 e 1951, respectivamente, foi candidata dos conservadores à Câmara dos Comuns por Dartford, entretanto, por se tratar de um distrito totalmente trabalhista, acabou por perder as eleições para Norman Dodds.
Sempre em suas campanhas eleitorais, Margaret recebeu total apoio de sua família, bem como de um nobre homem empresário do ramo do petróleo, Denis Thatcher. Casou-se assim com ele em 1951, dando à luz a gêmeos no mesmo ano de suas núpcias. Denis lhe prestou vasto apoio à sua carreira na política, prestando auxílios, inclusive, para a formação de Margaret em Direito.
No ano de 1970, o Partido Conservador liderado até então por Edward Heath, foi o vitorioso nas eleições gerais, e, consequentemente, Thatcher acabou por ser nomeada como Secretária da Educação. Sua atuação foi marcada pelo corte de gastos excessivos, ao mesmo tempo em que elevava o nível de educação de seu povo, elevando o número de estudantes de 32% para 62%, afinal, Thatcher com seu tato político e visionário, sabia muito bem que uma nação sólida, responsável, patriota e desenvolvida, se dá através da base educacional fornecida aos cidadãos.
No cenário mais afanoso possível, onde o mundo terminava de atravessar uma das mais severas crises petrolíferas existentes, enfrentava ainda a Guerra Fria, e, como se não bastasse, a Grã-Bretanha atravessava uma rígida inflação, o que só acarretava a elevação dos índices de desemprego, e revoltas sindicalistas trabalhistas, ou seja, foi no olho do furacão, que Thatcher, líder do Partido Conservador chegou ao poder em 4 de Maio de 1979, aos 53 anos, tendo sido reeleita nas eleições de 1983 e 1987, permanecendo assim por 11 anos no poder, e sendo descrita como a mulher mais poderosa do mundo.
Importante adendo, o episódio no qual Thatcher discursava acerca da política externa, e acabou por criticar a URSS pela busca incessante do domínio mundial, foi o ápice, para que um jornal do exército soviético, intitulado de “Estrela Vermelha”, lhe fornecesse a denominação de “A Dama de Ferro”. Assim, passou a carregar o devido nome por toda sua carreira política.
Nossa “Dama de Ferro” adotou um modelo de governo, então denominado de “Thatcherismo”, modelo este marcado pela redução da intervenção estatal do Estado na economia, à exaltação do livre mercado, defendendo privatizações de empresas estatais e redução de impostos diretos com o aumento dos impostos indiretos, bem como pelo combate aos sindicatos trabalhistas, dentre outras medidas assertivas e necessárias para a época.
Assim, no ano de 2011, sob a direção de Phyllida Lloyd, com a produção de Damian Jones, e tendo ninguém menos do que Meryl Streep interpretando Margaret Thatcher, foi lançado o longa inspirado no romance biográfico “The Iron Lady”, “A Dama de Ferro”. Aclamado pela crítica, o filme recebeu diversos prêmios e indicações, entre eles, o Globo de Ouro na categoria de melhor atriz para Meryl Streep, o Bafta nas categorias de melhor atriz, melhor ator coadjuvante, melhor roteiro original e melhor maquiagem, o Screen Actors Guild com a indicação de melhor atriz, e o Oscar, levando os prêmios de melhor atriz e melhor maquiagem.

O filme relata os momentos difíceis de Thatcher antes do título “Dama de Ferro” ser conquistado, expondo todos os preconceitos de um mundo até então dominado por homens; momento, em que teve de enfrentar tudo e todos na busca de seu sonho. Sua trajetória é relatada de uma forma completamente veraz e terna, apontando as dificuldades de uma mulher que almejava um dos cargos mais cobiçados no mundo, indo desde seu surgimento, até sua renúncia, bem como, os momentos seguidos de sua luta contra a perda de suas faculdades mentais.
Assim, em uma luta cruel consigo mesma, tentando recordar os momentos vividos com sua família e seus colegas de trabalho, Thatcher faz uma viagem à sua trajetória, recordando-se de todos os momentos vividos, inclusive, tendo de escolher entre seus filhos e sua profissão, o que, diga-se de passagem, é algo de extrema crueldade para todos, mas ela sabia que todas suas escolhas e abdicações eram por um bem maior, eram por seu povo, por seu país, para que seus descendentes pudessem usufruir de um digno e respeitoso lar.
“Ser líder é como ser uma dama: se você precisa provar que é, então você não é”.
Margaret Hilda Roberts Thatcher