Sabe aquele momento em que você está sozinha(o), mas sente que há alguém ou algo te observando de algum canto da casa, ou da rua, algo se esgueirando pelas sombras? Ou quando você ouve um barulho de repente e não sabe de onde veio o som? Então, é explorando esses peculiares medos repentinos que o artista dublinense Brian Coldrick cria obras compostas de um micro conto de terror como legenda de uma ilustração (muitas delas animadas) em que o sobrenatural é revelado através de tênues momentos que podem ser cotidianos para muitas pessoas, como estar sozinho no escritório, assistir a filmes sozinho tarde da noite ou simplesmente estar voltando para casa à noite. Enfim, esses são apenas alguns exemplos de situações cotidianos que, na obra de Coldrick, ganham um clima mais sombrio. Confira abaixo 13 obras do artista, seguidas de traduções dos micro contos que narram as ilustrações, e acesse o tumblr dele para conhecer mais de sua arte sinistra.
Ele adorava ter a casa toda só para ele.
Não era bem um atalho, ela só preferia vir por esse caminho, particularmente no momento em que o dia vira noite.
Era um dia para passar dentro de casa.
Será que algum dia ele se acostumaria com o lugar, chamaria-o de lar? Inúmeros outros assim o fizeram por muitos anos.
Decidi ficar acordado a noite toda. Evitaria aqueles sonhos completamente.
Ela acreditava que, se acesa no bater da meia-noite, a lanterna iluminaria todos aqueles cujos corpos que foram enterrados no velho cemitério.
Crescer parecia uma ideia terrível. Se ele mudasse por completo, será que alguém teria certeza de que ele ainda era ele mesmo?
O estacionamento estava cheio e vazio. Ao abrir seu carro, ele pensou ouvir um grito.
Era sua parte favorita: esvaziá-las.
Todos dias ido para casa, mas ainda havia mais trabalho a ser feito. Se mais alguém levasse o trabalho a sério, ele não estaria sozinho.
Uma porta em sua mente se abriu e sua alma vagou para fora, explorando novos caminhos, deixando a casca vazia atrás de si.
Com fome, muita fome. Morrendo de fome. Acordara no meio da noite para encontrar algo para comer.
O vento gritava. Aquela noite a casa vazia se encheria de som, se esforçando para manter a tempestade do lado de fora.
Ela notou que os postes da rua estouravam um por um, conforme ela passava por eles, como se estivessem esperando por ela.