Venho a partir desse texto compartilhar algumas considerações que notei nesses cinco anos nos quais vivo em volta de poemas. Se tu queres começar a escrever versos, ou estás estagnado em um único ritmo, talvez esse artigo te ajudarás.
Primeiramente, poesia é vida e é nós. Poesia é algo a ser sentido, e não há problema algum em mudar sua forma de vivenciar o mundo, quem dirá de escrever. Vejo muita gente que tem livros publicados nesse ramo literário, lê muito, entretanto se encontra fixo em uma forma e não evolui. Dessa maneira, o público leitor que já leu livros anteriores de algum autor, ao comprar um novo, sente que está lendo apenas uma continuação da obra, não conseguindo enxergar nenhum fecho novo, nenhuma revelação nova, mais do mesmo.
Eu publiquei meu primeiro livro há quase um ano, e de lá pra cá mudei muito a minha forma de encarar a poesia. Ela se tornou mais concreta, mais linear. Deixo um trecho de 2019:
“Associação, novamente
Eternas pernas justapostas
Será que Antônio é maçom?
Será que José é pai de Cristo?
Será que João comeu todos os doces?
Fábulas inventadas e perpetuadas
Dúvidas constantes de uma vida instável”
Podemos notar que são palavras atiradas, como eu pensava na época. A poesia que eu queria escrever era a aquela que me refletia, e eu era daquele jeito, confusa. O tempo passou um pouco, e fui me encontrando, tanto que agora, em 2020, escrevo mais próximo da famosa poesia que é passível de se declamar. Devemos ter noção que nem todo poema é bom de se ouvir, nem todas as frases soam bem no ouvido. O poema mais delicioso de declamar é aquele que é quase uma música, ou que tem uma sonoridade que podemos considerar “elegante”. Deixo outro trecho, agora de 2020:
“Choro, meu bem
Pois finalmente me tornei mulher
O sofrimento apenas começou
Os meus cabelos enrolam no pescoço
Em uma tentativa ríspida de evitar o futuro”
Esse é um poema que eu declamaria. Porém, se eu ousar adentrar mais afundo nessa discussão, ficarei horas digitando e digitando, o que não é o meu objetivo. Trouxe esses dois trechos para mostrar que, poesia é quase tudo, mas não tudo. Se queres te envolver com sonetos, decassílabos, deves saber que precisarás estudar muito a métrica e é bem mais complicado começar por aí. Indico iniciar com versos simples, livres, com o que teu coração sente. Extremamente clichê, porém real. Não gosto de quem dita regra, e nesse aspecto, há muitas pessoas. Com o tempo e boas leituras tu vais te adaptando aos ritmos, às rimas, e tudo fica mais fluído. Começa, apenas começa. Quando mal estiveres esperando, algum verso brotará, tu colocarás no papel, observarás bem, lerás de novo e verás: É POESIA.
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Bom dia.
Um singelo exemplo de poema que pode ser declamado e copiado, se quiseres… de minha autoria, claro, mas não tenho o glamour nem a visibilidade que alguns têm… abraço…
Cacos e quimeras
Por Roberto Monteiro
Do fundo de tua alma vi nesgas de rancor,
Resquícios, reminiscências, quimeras.
De um sentimento outrora amor,
Sobraram meras mentiras sinceras.
De ilusão sentida em mim refletida
São tristes devaneios enfadonhos
Sem saber da dor, real medida
Fecho os olhos
Vejo tudo mais claro ainda
Esta melancolia se fez tão vasta
Nesta viagem que se faz finda
Agora em raro e lúcido momento
Junto cacos do que de mim restou.
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Isso é muito inspirador
obrigado pelas recomendações e fatos interessantes.
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Obrigada pelo comentário, querido! Fico feliz…
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