Um dos trabalhos mais incomuns de Vincent Van Gogh foi descoberto recentemente — três rascunhos de camponeses desconhecidos. Eles foram desenhados em uma fina tira de papel vertical, um formato bastante curioso a ser escolhido pelo artista. Os desenhos foram encontrados dentro de um livro, e o papel é exatamente da mesma altura do livro.
Três esboços de uma mulher andando, um homem sentado e uma mulher sentada, de Van Gogh (outono de 1881), Cortesia do Van Gogh Museum, Amsterdam
Descobertas de trabalhos completamente desconhecidos de Van Gogh ultimamente são raras, ocorrendo talvez uma ou duas vezes por década. A arte está em exibição no Van Gogh Museum, em Amsterdam, na exposição chamada Here to Stay (até 12 de setembro).
O pesquisador do museu de Amsterdam, Teio Meedendorp, afirma: “Acredito que foi feito como um marca-páginas. Seria curioso desenhar três esboços nessa configuração, a não ser que houvesse um motivo para tal, e ele encaixa confortavelmente dentro no livro em que foi encontrado.”
O livro onde foi encontrada a arte de Van Gogh: Emile Erckmann and Alexandre Chatrian’s Histoire d’un Paysan (1869) na exposição Here to Stay no Van Gogh Museum, Amsterdam
Vincent Van Gogh entregou o livro a um amigo, o artista holandês Anthon Van Rappard. Em uma carta de Van Gogh a Van Rappard de 15 de junho de 1883, ele dizia que postaria um pacote para o amigo em Utrecht, com impressões e um livro dos escritores franceses Emile Erckmann Alexandre Chatrian, os quais ele muito admirava. O livro era Histoire d’un Paysan, o qual reconta a história da Revolução Francesa pela perspectiva de um camponês da Alsácia. Ilustrado por Théophile Schuler, Vincent garantiu ao amigo: “Tenho certeza de que vais achar este Erckmann-Chatrian muito bonito”.
O artista holandês Anthon Van Rappard, amigo de Van Gogh, para quem ele enviou o livro com o marca-páginas
Van Rappard morreu em 1892, e o livro ficou com sua esposa Henriëtte, que viveu até 1910. Então o livro Histoire d’un Paysan, junto ao marca-páginas com a arte de Van Gogh, foi preservado pela família dela até o ano de 2019, quando ambos os itens foram vendidos de forma privada ao Van Gogh Museum.
Os desenhos a lápis são crus, já que foram feitos no início da carreira de Van Gogh, mas são importantes registros, pois poucos dos seus esboços sobreviveram ao tempo. Estilisticamente, podem ser datados como sendo de 1881, época em que o artista vivia no vilarejo de seus pais, em Etten, e estava profundamente interessado em capturar as figuras dos camponeses locais.
Fonte: The Art Newspaper
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