Demorei um pouco para aderir à moda dos livros de colorir para adultos. Apesar de achar uma ideia muito bacana, e os desenhos, na maioria das vezes, lindíssimos, eu acreditava que por trabalhar com artes plásticas eu não acharia muita graça. Engano meu.
Nesse último dia dos pais, demos de presente ao meu pai um desses livros de pintar de adultos e uma caixa de lápis. Resultado: por preguiça e falta de tempo da parte dele, quem mais está pintando somos eu e minha irmã. Acaba sendo relaxante da mesma maneira, pois preencher os espaços com cor não exige pensar muito como quando tenho de começar do zero um grande projeto.
Na febre desses livros, ouvi falar que vários artistas plásticos estão ministrando aulas – algumas vezes caras – que ensinam diversas maneiras de colorir os benditos. Aliás, uma amiga já havia comentado que algumas pessoas “comuns” pintavam os desenhos de maneira diferenciada e usando materiais que vão além dos simples lápis coloridos e postavam imagens no Facebook sem contar seus “segredos”. Então a ideia deste post seria dar algumas dicas de materiais acessíveis para compra e não tão custosos para os que já enjoaram dos tradicionais lápis de cores.
1 – Canetas de ponta fina
Minha sugestão aqui são as canetas alemãs Staedtler ou Stabilo com pontas fininhas de 0.3 mm e 0.4mm, respectivamente.
A Staedtler triplus fineliner é relativamente fácil de encontrar e custa cerca de 5 reais a unidade e cerca de 160 no estojo com 20.
A Stabilo Pen 88 também é bem fácil de encontrar no Brasil e custa cerca de 5 reais por caneta ou cerca de 130 reais o estojo com 25, dependendo das características do estojo.
Elas também existem na versão Stabilo Pen 68, com ponta mais grossa de 1.0mm, igualmente adequadas ao desenho e com preços parecidos.
2 – Canetas artísticas PITT da Faber-Castell
Apesar de não muito baratas, essas canetas são bastante versáteis. As canetas “B” dessa linha possuem a ponta flexível como a de um pincel, indo de mais grossa a bem fininha, permitindo assim linhas de diversas espessuras dependendo se usada reta ou de lado, com mais ou menos pressão.
Outras canetas da linha PITT Artistic Pen têm a ponta mais grossa, parecida com a de canetinhas tradicionais e também existem em cores metálicas, sendo assim super legais para detalhes – pontinhos, risquinhos, contornos, detalhes -, que dão um quê a mais de fantasia na pintura dos livros.
Ambas são bastante resistentes à água e à luz, não passam para o verso do papel e custam cerca de 20 reais cada uma e cerca de 110 reais o estojo com 6 unidades.
A marca PILOT também possui canetas metálicas permanentes, que podem servir para o mesmo fim.
3 – Lápis e canetas aquareláveis
Os lápis e canetas aquareláveis devem ser usados com cuidado, pois as folhas dos livros de colorir, apesar de grossas, não são adequadas para o uso das técnicas com água. Então, se decidir usá-los, teste primeiro nas últimas páginas do livro e sempre usando pouco líquido.
Os lápis aquareláveis são fabricados pelas mais diversas marcas, nos mais diversos preços.
Já as canetas desse tipo são feitas pela japonesa TOMBOW, por exemplo, e possuem duas pontas, uma de pincel, igual a das canetas PITT da Faber-Castell, e outra parecida com as das tradicionais canetinhas. O preço da unidade é de cerca de 20 reais.
Também existem tabletinhos secos de aquarela, que ficam líquidos ao entrar em contato com a água. É um pouco parecido com aquelas aquarelas que comprávamos por aí quando crianças, mas com qualidade profissional e preço bem mais elevado. A unidade – com uma cor – custa cerca de 15 reais, sendo de uma marca barata como Pébéo, e deve ser usada com muito cuidado, já que para criar o efeito necessário é preciso bastante água.
4 – Lápis de cor metálico
Encontrei perdidos no meu estojo os lápis metálicos da minha infância, todos pequeninos de tanto usar. Você pode usá-los junto com outras técnicas, e o efeito é bem interessante.
5 – Lápis de cor fluorescente ou neon
O mesmo vale para os lápis fluorescentes – também ditos neon – baratos e facilmente encontrados por aí e frequentemente usados como marca texto.
6 – Lápis preto e esfuminho
Para quem está acostumado a desenhar, esses dois são companheiros de longa data. Usando lápis de ponta mais grossa que “borram” fácil e o esfuminho, que nada mais é do que um rolinho de papel enrolado bem apertado, é possível fazer todos os tipos de sombreado. Você deve aplicar o lápis com mais força onde quer que fique mais escuro e mais de leve, até desaparecer, para criar um efeito degradê. É importante ficar atento para não deixar os riscos muito marcados.
Lápis legais para esse fim são, por exemplo, o 6B, o 7B ou o 8B, fabricados por quase todas as marcas de material para desenho. Também existem estojos ou pacotes com vários lápis com pontas e texturas diferentes. Apesar de ser mais difícil de usar, um lápis qualquer, mesmo de ponta mais fininha, pode ser adaptado para este fim.
Imagem do site http://www.amopintar.com
O esfuminho custa menos de 10 reais, mas você também pode aprender a fazer o seu através desse tutorial:
https://www.youtube.com/watch?v=cpq-2BNoeAA
7 – A boa e velha BIC
Essa todo mundo conhece mais do que bem, mas em vez de usá-las para escrever, é possível servir-se das diversas cores existentes para preencher os espaços a colorir. O importante é aplicar a tinta de leve, para não marcar o papel, e talvez encontrar um padrão – circular ou diagonal, por exemplo – para pintar. Para fazer com que a cor fique mais escura, deixe menos espaços em branco entre os traços.
O trabalho do artista Muhammet Karakuş é bastante ilustrativo dessa técnica. Inspire-se:
Revisado por Duda Delmas