“Representatividade: representar politicamente os interesses de determinado grupo, classe social ou povo. É uma competência atribuída a um indivíduo (ou entidade) fundamentada na habilidade apresentada para desempenhar tal papel.”
Evidentemente somos contemporâneos do momento em que a TV não é mais a ditadora absoluta das tendências, nem das verdades (que escolhe), absolutas. Diante disto, conseguimos observar, livres de alguns jugos, fatos que antes nos eram expostos apenas por ela – do jeito que se queria que fosse visto.
Agora, te convido a duas reflexões.
Primeira: Quantos negros você vê na TV e, dentre eles, quais não são considerados exceção? Quais deles não estão entre os exóticos, excêntricos? A menina do cabelo Black da novela, o preto jogador de basquete, o pobre que se arrisca na cidade grande. Dá pra pensar em tantos estereótipos.
Por que, então, não vemos nos ícones da mídia, figuras negras? Assim, normalmente. Sem pompa de “diferentão”, sem clichê, sem rótulo.
Segunda: Se você “se pensar” fora do Brasil, culturalmente, o que enxerga? Carnaval, samba, mulata – vou direto ao ponto aqui, desviando dolorosamente da objetificação da mulher – não é?
Mesmo que mais da metade da população brasileira se declare negra ou parda, onde estão representados, estes, na mídia? Dá pra entender que estamos longe de observar traços latino-americanos sem o “quê” de excentricidade.
É este o ponto que o Projeto Identidade quer sobressaltar: Dentro dos valores estéticos supervalorizados na sociedade brasileira, onde estamos? Por que tanto enfoque em um tipo de beleza, que não a natural da mulher brasileira, e mais, do povo brasileiro?
Idealizado por Noemia Oliveira e Orlando Caldeira, e clicado por Guilherme Silva, o Identidade traz a figura negra com toda sua potência e beleza, tendo também como propósito examinar o dano que a “invisibilidade” do negro traz para a formação de uma sociedade democrática – que, como sinônimo, “se respeita, se assuma e se represente em diversidade”.
O universo se expande dentro da ideia – além dos estrangeiros, há personagens brasileiros interpretados por negros, o que torna o trabalho mais incrível ainda.
Os cliques aconteceram em 2014 e foram expostos no Rio de Janeiro em 2015. A intenção é que a exposição torne-se itinerante. Enquanto a gente torce pra que aconteça, veja algumas imagens:
Noemia e Orlando, idealizadores do Projeto.
Simplesmente perfeito esse texto!
Parabéns!!!
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