Essa novidade incrível foi ideia de Carmen Hijosa, designer espanhola, que foi para as Filipinas como consultora para a indústria de artigos de couro, e reparou na resistência do material.
Conhecido como Piñatex, o couro ecológico reaproveita um subproduto da colheita do abacaxi para produzir as fibras de tecido – ou seja, partes que seriam descartadas, são reaproveitadas!
Do caule e folhas, as fibras são extraídas por um processo chamado descasque, feito sobre a plantação por comunidades agrícolas apoiadas pelo projeto. O que se retira disso é a biomassa, que pode ser convertida em fertilizante orgânico ou biogás. Em seguida, as fibras são enviadas à Espanha, e submetidas a um processo industrial para tornar-se um tecido. Para produzir um metro quadrado de tecido são necessárias 480 folhas (o equivalente ao subproduto de 16 abacaxis). O primeiro tecido foi lançado em dezembro de 2014, em Londres.
Para transformar o produto em uma matéria-prima, Carmen contou com o apoio da Royal College of Art, que fez uma parceria com a Camper, a Puma e o designer Ally Capellino para lançar produtos utilizando o Piñatex.
A jornada de Carmen começou na Espanha, mas sua carreira levou-a para vários lugares do mundo: Portugal, Alemanha, Reino Unido e Filipinas. Hijosa trabalhou mais de 15 anos tanto na concepção quanto na fabricação de artigos de couro antes de ir para as Filipinas realizar novas pesquisas para o desenvolvimento de produtos feitos a partir de fibras naturais.
De acordo com a designer, o tecido é semelhante ao couro e pode ser tingido, impresso e tratado para se ter diferentes tipos de textura. Dessa forma, é possível aplicá-lo na criação de sapatos, bolsas, estofados, entre outras peças.
Desenvolvido pela empresa Ananas Anam, onde Carmen é CEO, é a perfeita alternativa sustentável aos produtos de origem animal e de petróleo, e permite a geração de renda extra aos produtores, além de ser acessível e promover a inclusão e a consciência social. O couro é artigo de luxo, e acima de tudo, crueldade.
Ainda hoje, milhões de animais são sacrificados com esse intuito. Embora seja claramente terrível e assombrosa, é uma indústria que não acabará facilmente. Mas essas atitudes são imprescindíveis, para que se tome consciência e desperte o interesse pela busca de alternativas mais ecológicas, responsáveis e sem sofrimento.
O Piñatex é versátil, respirável, suave, leve, forte, flexível e pode ser facilmente impresso, tingido, costurado e cortado.
O material é interessante justamente por não causar danos aos recursos naturais, prejudicar animais ou poluir o ambiente.
Que tal mais consciência ao consumir, pensar em novas alternativas, apoiar pequenos produtores e as opções sustentáveis e ecológicas?
Aos amigos veganos de plantão, seguem informações do site oficial:
“Criado em 2013, Ananas Anam Ltd desenvolve, fabrica e vende Piñatex ™ a partir de sua sede em Londres. A empresa tem sido reconhecida dentro da indústria da moda como pioneira no desenvolvimento de produtos têxteis inovadores e sustentáveis.
Recebemos muitos prêmios, incluindo o Prêmio de Material de Inovação da Fundação das Artes do Reino Unido (2016).
Fomos certificados como “marca de moda Vegan” pela PETA * e recebemos o seu Prêmio de Inovação (2015), que foi a primeira matéria-prima, ao lado de Stella McCartney, Vivienne Westwood e Simone Rocha.
Dr Carmen Hijosa, criadora do Piñatex ™ e CEO da Ananas Anam, esteve entre os finalistas mundiais Cartier Women’s Initiative Awards** (2015).”
* Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA)”
** Plano de negócios internacional, criado em 2006 para identificar, apoiar e incentivar projetos de mulheres empresárias.
Fotos e fontes:
http://followthecolours.com.br/style-freak/pinatex-couro-ecologico-abacaxi/
https://www.facebook.com/pinatex/
Muito interessante! Você sabe dizer se a fibra do sisal ou cisal, que é produzido na Caatinga, Nordeste brasileiro, também pode servir como matéria prima para este couro sintético?
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Não sei dizer, mas se pesquisar sobre o assunto no Google é capaz de cair em algum artigo que te esclareça.
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