Há algum tempo, fui presenteada com o livro de Dorothy Maclean “O chamado das árvores”, da Irdin Editora. Nascida no Canadá, a autora foi trabalhar na Grã-Bretanha durante a Segunda Grande Guerra. Lá conheceu pessoas que, como ela, procuravam respostas para o propósito da vida. Assim, ela aprendeu que cada ser humano faz parte de um universo essencialmente amoroso e que há possibilidade de conseguirmos da nossa divindade interna, a intuição, as respostas que precisamos.
A escritora é uma das fundadoras, junto com Peter e Eileen Caddy, da Comunidade de Findhorn, uma associação sem fins lucrativos, parte de uma comunidade espiritual composta por cerca de 400 pessoas, espalhadas em torno da baia de Findhorn, ao norte da Escócia. O grupo tornou-se conhecido pelo seu trabalho com as plantas e a comunicação com a inteligência dos reinos naturais, resultando em jardins extraordinários desenvolvidos em solo arenoso e árido. Atualmente, a Findhorn Foundation é um centro de educação espiritual e holística que vive e trabalha em estreita colaboração com outras organizações e indivíduos.
Segundo Dorothy conta em seu livro, ela compreendeu que a natureza tem “energias inteligentes” que são anjos ou “devas”, palavra que em sânscrito quer dizer “o que brilha”. “O chamado das árvores” apresenta, então, as mensagens que ela recebeu de diferentes tipos de árvores, tais como Eucalipto, Bambu, Palmeira, Oliveira, Sequoia, Pinheiro-de-Escócia, e muitas outras. Ela ainda diz que a cobertura feita pelas grandes árvores constitui uma “pele” que cobre e protege o planeta.
No livro, o Dr. José Maria Campos, médico e pesquisador, prefaciando a obra, coloca o seguinte: “As árvores estão aí! Na realidade, sempre estiveram. A humanidade é que só agora começa a percebê-las melhor. Elas cobriram com um imenso manto verde a Terra desde os primórdios e a colocaram em ressonância direta com a vida cósmica. Foi assim que a prepararam para receber a vida humana.”
Mas, nós, seres humanos não gostamos muito das árvores e as cortamos.
Carlos Solano, arquiteto e apresentador do livro, escreveu: “É preciso plantar, é preciso cuidar. A esperança é como as árvores. A fé, talvez, tenha ainda outros tons como um rosado ou um lilás bem amoroso… Precisamos, urgentemente, de todas as cores de todas as flores de todas as árvores para re-equilibrar o clima do planeta Terra, a nossa casa maior. Algumas pessoas de boa vontade, escutaram este chamado e decidiram: Vamos plantar para ajudar o mundo! Quanto? Um milhão de árvores…”
E agora convidam você a participar:
“Plante na calçada, no jardim, no sítio, no quintal de um amigo, ou até em um vaso dentro do apartamento. A Terra é nossa casa fundamental, pois abriga todas as outras: o corpo (morada do espírito), a casa propriamente, o bairro, a cidade… Podemos mudar de endereço, mas não de planeta. Por isso, é preciso cuidar”.
Campanha “Vamos plantar um milhão de árvores”, 2008.
Muitas vezes, ocorreram chamados semelhantes em outros lugares do mundo. Quando os colonizadores europeus chegaram aos EUA há muitos e muitos anos atrás, os índios cherokees, habitantes da terra, não concordando com o desmatamento de grandes áreas cobertas por árvores, fizeram um pronunciamento. Esses bondosos anciãos cherokees falaram sobre o quanto a consciência das árvores e a consciência humana estão entrelaçadas. Pareceu um sermão que conclamava o indivíduo a reconhecer a presença do sagrado em tudo que é vivo. Há uma relação poderosa entre o pensamento humano e as ações e o ambiente. Recordar que existe uma mente sobre as aparências dos egos individuais é um antídoto poderoso contra a cisão e a agressão. A empatia e compreensão ajudam nessa relação.
Como escreveu Dorothy:
“Antigamente a Terra estava cheia de árvores gigantescas. À sombra de seus ramos os homens conviviam em Paz, cultivando a Sabedoria e o Conhecimento.”
Este livro tem o intuito de ensinar como tratar a nossa casa maior, o planeta Terra, que, em última análise, é a única que temos. É um livro que todos deveriam ler.
Quer resgatar este mundo? Faça a sua parte. Com a sua ajuda, salvar o mundo fica simples assim…