Eu não sou uma daquelas pessoas que adora o Natal. Odiar talvez seria uma palavra excessivamente forte para descrever meus sentimentos para com essa data festiva. Digamos que não sou a fã número um do arroz com passas, família reunida e tios fantasiados de vermelho insistindo para que todo mundo se sente em seu colo, independentemente da idade e do grau de parentesco. Apesar de não apreciar muito todas essas tradições – não somente as natalinas, mas tradições de um modo geral – percebi que criei, totalmente sem querer, minha própria tradição natalina, Chama-se “Odeio o Natal”, de Tiza Lobo.
Esse simpático livrinho – ele não é muito longo e esse fato me estimula a relê-lo bastante, algo que eu geral não faço – com uma ilustração colorida na capa e várias outras pequeninas imagens divertidas no início dos capítulos, conta a história de uma mulher – seu nome é uma surpresinha ao final do livro – que nasceu no dia 25 de dezembro e detesta ter seu aniversário dividido com alguém tão célebre que rouba toda a sua atenção. Qualquer um que faça aniversário perto do Natal – por exemplo, eu – entende a agonia de ganhar somente um presente acompanhado da sarcástica frase mão-de-vaca sobre ser uma lembrança conjunta para o aniversário e o Natal.
Além disso, quase todos os momentos importantes da vida da personagem, sejam para o bem, sejam para o mal, ocorreram próximos ao Natal. A protagonista narra, em primeira pessoa, através de um bom-humor por vezes ácido e sarcástico, todos esses acontecimentos combinados àquelas situações natalinas e pré-natalinas que todos conhecemos, odiamos ou amamos, mas independente de qualquer coisa, toleramos. É divertidíssimo e, como anunciado na capa, é recomendado tanto para quem ama, quanto para quem odeia o Natal, porque apesar de todo o ódio inicial, a protagonista secretamente gosta da data – assim como acontece com a maioria dos que clamam odiá-la.
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