Como comecei a gostar de arte contemporânea

Arte contemporânea, instalação, performance, arte conceitual. São todas coisas que sempre me assustaram um pouco. Talvez o fato de minha irmã ser artista e ter me levado a galerias de arte desde muito cedo tenha me ajudado a compreender e gostar desse tipo de obra, mas foi muito depois disso que comecei realmente apreciar arte conceitual. Lembro-me de quando decidi que odiava arte moderna, em meados da adolescência. Durante a época em que minha irmã viveu na França, fomos ao George Pompidou, eu estava animada para conhecer mais um museu da capital francesa, mas a realidade não correspondeu às minhas expectativas. A visita foi chata e tediosa. Enquanto ela andava pelo museu, me sentei num banco em frente a um quadro branco com um quadrado pensando como aquilo podia ser chamado de arte depois de tantos Da Vinci que havia visto no Louvre. Anos mais tarde, depois de formada em design de interiores e achar ainda mais que tudo tem que ter uma função, fui trabalhar com ela na parte administrativa de sua carreira. Mesmo não trabalhando diretamente com arte estava sempre em contato com ela, fazendo outras coisas relativas à minha função. No final estávamos sempre lá, eu e a arte, a arte e eu, no mesmo ambiente. Ainda inconformada com certas coisas, comecei a ver o quanto cada artista colocava sua história e seus sentimentos mais profundos naquelas peças. E bastante curiosa sobre pessoas e seus porquês, fui tentando entender o que cada um dizia. Até que, pouco a pouco, fui me afeiçoando com as obras, fui dando sentido a elas. Não necessariamente o artista me passou algo de seu interior, mas entrei em contato algo do meu, através de minhas vivências, sentimentos e pensamentos para cada peça. Comecei a entender que aqueles trabalhos eram mais ricos do que eu podia imaginar. Foi quando, então, as obras começaram a me transmitir seus significados. E o conceito começou a fazer sentido e tomar conta de mim. Acredito até que arte conceitual tenha me ajudado de certa forma, influenciando meu processo terapêutico, pois é preciso olhar além do óbvio. Você começa a entender a obra, quando começa a entender você mesmo e suas emoções. Por isso eu peço que deem mais uma chance a arte que pra você parece não fazer sentido algum, não desista da arte conceitual.

Fonte da imagem: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Venezzia_biennial_jn_3.jpg

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