Ler é um ato prazeroso. Torna-se hábito salutar o exercício da leitura. Você começa aos poucos, com passos curtos, e quando se dá conta, está tomando doses cavalares desse santo remédio. Livros envolventes que arrebatam o espírito do leitor, narrativas que prendem a atenção do início ao fim, histórias que comovem e convencem, tudo isso e muito mais é o que esse ambiente proporciona. Ah, o prazer da leitura.
Há leituras e leituras. Ou melhor, leituras, leituras e leituras. Sim, pois são diversas as formas com as quais os textos podem ser lidos, relidos, interpretados e aplicados em determinadas situações. Já expus um pouco sobre esse assunto por aqui no Artrianon. Recordo apenas para pontuar que, qualquer que seja a forma da leitura realizada, os benefícios advindos do ato de ler são sempre salutares.
O que você tem lido? Com que frequência lê? Que tipo de leitura tem feito ultimamente? Absorve o conteúdo de diferentes tipos de livro da mesma maneira? Faz leituras diferenciadas a depender do livro que estiver lendo? Estabelece um diálogo com terceiros acerca daquilo que leu ou que está lendo? Onde busca sanar suas inquietações advindas da leitura?
As leituras proporcionam inquietações. Um bom livro é aquele que faz com que o leitor reflita e, com o término da leitura, proporcione outros questionamentos, novas dúvidas, mais perguntas – para além daquelas que possuía ao iniciar a obra.
A leitura pode ser dividida em leituras justamente diante da imensidão de possibilidades que o ato de ler enseja. Isso decorre tanto da perspectiva do leitor como do ponto de vista do autor – que está inserido na própria obra. Daí que se tem que um mesmo livro pode ser compreendido de diversas maneiras por diferentes tipos de leitores. Enquanto para alguns a compreensão da mensagem ali presente se dá de maneira mais fácil, para outros o processo de absorção do conteúdo é um pouco mais difícil. Resultado disso é que a leitura de uma mesma obra acaba fluindo mais para alguns do que para outros, ou apenas gerando pontos de vista diferenciados, destacando-se particularidades que necessitam da subjetividade do leitor para que possam ganhar o realce devido. Eis onde as leituras podem ser observadas.
Pode se dizer também que essas leituras em suas diversas formas (mais fluidas, mais coesas, mais rasteiras, mais complicadas, mais arrastadas…) dependem do ambiente no qual o leitor se situa. Por mais versado que um leitor possa ser em determinado tema complexo constante no livro que está sendo lido, a leitura pode acabar sendo mais arrastada (ou até mesmo nada proveitosa) se o local em que o ato de ler estiver sendo realizado não for calmo o suficiente para uma boa leitura. Há leitores que conseguem ler mesmo com o som da televisão ao fundo. Há ainda aqueles que acham mais agradável a leitura quando acompanhada de determinado tipo de música. Também há os que necessitam do silêncio absoluto para que uma leitura possa fluir como deve ser. Creio que existe o ambiente ideal no qual podem ser inseridos todos os tipos de leitores (estando presentes elementos como a calmaria, o silêncio, uma posição confortável, uma xícara de chá ou café acompanhando…), mas inegável que, para alguns, determinado modo de se ler funciona melhor do que outro. É disso que decorre outras formas de leituras, como quando, por exemplo, aquele leitor que possui dificuldades na compreensão de determinado tema, mas que não se incomoda com ambientes mais agitados enquanto do ato de ler, pode acabar tendo uma leitura mais proveitosa do que aquele que já domina o tema e o compreende bem, mas que encontra dificuldades quando o estudo da obra se dá nesse mesmo cenário de agitação. Eis as leituras e leituras.
Seja como for, ler continua sempre sendo uma atividade agradável. Até mesmo daqueles textos mais pesados em que muitos leitores acabam tendo de enfrentá-los por algum tipo de obrigação, extrai-se algo proveitoso, vez que o aprendizado, em qualquer ordem, faz-se presente nesse processo.
A leitura, portanto, consiste em leituras, leituras e leituras. Diversas são as formas de se compreender o próprio ato de ler. Qual é o seu jeito?
Nesse diálogo entre o livro e o leitor, as possibilidades de leituras são tamanhas que não cabem nesse pequeno texto, do qual, vale pontuar, também resultará em leituras, leituras e leituras.
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2 comentários sobre “Leituras, leituras e leituras”