Não há dúvidas de que atualmente o clássico batom vermelho é vítima de muito preconceito e ataques. Constantemente visto como empoderador por muitas mulheres e usado como símbolo de luta, ainda encontramos aquela parcela da sociedade que o considera uma afronta os nossos queridos bons costumes e moral social. Mas será que foi assim desde o início?
As primeiras utilizações deste item cosmético feminino remonta do século XVI, com ninguém mais, ninguém menos que a rainha Elizabeth I, na Inglaterra. A influente rainha usava-o frequentemente, contrastando sua pele pálida com o vermelho intenso nos lábios.
Porém a mesma nação que admirou o batom vermelho em lábios reais, séculos depois resolve condená-lo. No século XVII qualquer maquiagem é proibida e considerada indigna da uma boa mulher de família. Enquanto na França a visão era oposta, a maquiagem era exclusiva das mulheres da alta sociedade.
No entanto, o polêmico batom vermelho só vem ganhar o seu aguardado protagonismo em finais do século XIX e início do século XX, com a ascensão do movimento sufragista. As mulheres tomavam as ruas europeias com seus lábios pintados e clamavam por direitos iguais entre os sexos e cidadania, tendo como auge a sua luta pelo direito ao voto feminino.
Assim, desde cedo o batom vermelho vem ganhando espaço justamente pela polêmica que causa e a afronta que representa à ordem previamente estabelecida por uma sociedade machista e patriarcal.
Será hoje o impacto do batom vermelho diferente do causado nos primórdios da luta feminista? Parece que não muito. Apesar de volvidos dois séculos depois de consagrado como símbolo feminista, o vermelho intenso ainda sofre muitas acusações por aí. A conclusão é óbvia: ainda há muita luta pela frente.
E se depois de tantos anos de opressão não conseguiram erradicar o vilão vermelho, o certo é que este só ganhou mais força e continuará protagonizando movimentos feministas e pintando lábios empoderadores que não desistiram de construir uma sociedade igualitária.