Em 17 de dezembro de 1770, em Bonn, Reino da Prússia, nascia um dos maiores gênios da música de todos os tempos, Ludwig van Beethoven. Não há de se negar que a música já se encontrava no gene de sua família, dado que seu avô, Lodewijk van Beethoven exercia o cargo de maestro na Capela do Príncipe em Bonn, e, posteriormente, foi nomeado como regente da Capela Arquiepiscopal na Corte da Cidade de Colônia; e, seu pai, mesmo não logrando êxito na carreira, sempre trabalhou com música.
Seu pai notou logo o talento ímpar do filho para música,e aos 5 anos de idade o colocou para estudar música, forçando o estudo por horas a fio em casa, tudo isso para “explorar” seu talento. Em seguida, aos 8 anos, Beethoven iniciou o estudo do cravo com o renomado mestre Christian Gottlob Neef. Pouquíssimo tempo depois, Neef já afirmava que Beethoven seria o “novo Mozart”, posto que com apenas 10 anos de idade, já possuía total domínio sobre o repertório de Johann Sebastian Bach.
Aos 11 anos de idade, Beethoven compôs suas primeiras partituras – diga-se de passagem, um tanto quanto avançado para apenas uma criança -, e assim, iniciou sua carreira como compositor. Suas peças eram tão incríveis e únicas, que rapidamente ganhou notoriedade, e, acabou por ser convidado a assumir ocargo de assistente da Capela Eleitoral, e, logo em seguida, ocupou o cargo de primeiro violoncelista na orquestra.
Aos 17 anos, foi convidado para estudar em Viena, com seus estudos subsidiados pelo Arquiduque da Áustria. Entretanto, devido ao falecimento de sua mãe, teve de retornar para sua casa para auxiliar no sustento de seus familiares. Quatro anos depois do ocorrido, Ludwig conseguiu retornar para Viena, por coincidência, logo após a morte de Mozart. Foi em Viena que teve aula com os mais renomados músicos da época, e não obstante, se tornou um pianista honrado, admirado por todos, principalmente pela aristocracia. Como consequência disto, a partir de 1793, começou a publicar suas obras, afirmando ainda mais sua reputação como pianista e compositor. Sua primeira obra publicada foi Opus 1, um trio de piano, violino e violoncelo. Sem demora, veiculou Opus 2, composta por três sonatas para piano. “Opus”, em latim, significa obra.
Infelizmente, com somente 26 anos de idade, Beethoven foidiagnosticado com congestão dos centros auditivos, que, na realidade, é a presença de líquidos no ouvido médio, obstruindo assim a trompa de Eustáquio. Sua audição foi cada vez mais sendo fragilizada, o que lhe trouxe sérias crises de depressão, fazendo até com que nosso querido gênio pensasse em suicídio algumas vezes. Vários tratamentos existentes à época foram tentados, mas nenhum deles resolveu seu problema. Diferentemente do que muitos pensam Beethoven nunca ficou surdo por completo, ele ainda era capaz de notar as nuances sonoras.
Aos 42 anos, Beethoven tinha sua audição extremamente prejudicada, o que, somada com crises depressivas e problemas matrimoniais, causou uma crise criativa, não compondo quase nada. Entretanto, o que ninguém esperava, é que pouco tempo depois, Beethoven criaria sua verdadeira obra-prima que o marcaria para sempre na história da música: a Sinfonia número 9 em Ré Menor, Opus125, na qual, pela primeira vez, um coral era inserido em um movimento de uma sinfonia.
Assim, o filme O Segredo de Beethoven relata este momento marcante da vida do compositor. O longa, lançado em novembro de 2006, teve ninguém menos que Ed Harris, interpretando Ludwig. Em breve relato acerca do filme, este se passa durante o fim da vida de Beethoven, quando sua surdez encontrava-se em grau elevado, e, ele precisava de uma pessoa para transcrever suas partituras, momento em que contrata Anna Holz (Diane Kruger), uma jovem estudante de piano do Conservatório Musical.
Anna o auxilia na transcrição de diversas partituras, bem como em sua vida pessoal de Beethoven. Imaginemos tamanha dor em sempre viver pela e para a música e simplesmente não conseguir ouvi-la com total nitidez. Assim, Anna torna-se crucial em um dos momentos mais importantes da vida de Ludwig van Beethoven – a apresentação da Sinfonia número 0 em Ré Menor. Como já dito acima, o compositor jamais perdeu por completo sua audição, mas o que conseguia ouvir era mínimo.
É nesta hora que temos a mais majestosa cena do filme: Beethoven regendo sua sinfonia, sem ao menos conseguir ouvi-la, com o auxílio de sua editora musical, Anna Holz (para os curiosos, preparem os lencinhos, e assistam no link abaixo o vídeo desta cena).
Infelizmente, pouco tempo depois, enquanto trabalhava na composição de um réquiem, em 26 de março de 1827, aos 56 anos de idade, Ludwig van Beethoven acaba por falecer. A causa da morte até hoje não foi devidamente comprovada, podendo ter sido por causa de uma cirrose hepática ou envenenamento por chumbo, devido aos tratamentos feitos para sua audição. Existem relatos de que mais de 10 mil pessoas estivessem presentes em seu velório.
E assim somos obrigados a conviver com uma das maiores injustiças causadas pela natureza: a morte de um gênio. Beethoven, embora soubesse de seu talento ímpar para com a música, jamais teve a ideia do quão grandioso e respeitado seu nome e suas obras seriam na posteridade. Ora, não é à toa que era intitulado como uma “criatura indomável”, afinal, não é qualquer um que possui a magnificência e sensibilidade para compor as obras que foram feitas, e ainda mais, ser capaz de reger uma orquestra inteira sozinho, mesmo não estando em sua total capacidade auditiva. Lamentável e triste termos que viver com a ausência de gênios da música, como Ludwig van Beethoven.
“A música deve trazer paz no coração dos homens; E lágrimas aos olhos de uma mulher”.
Ludwig van Beethoven
Link da imagem:
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