O ambiente na obra de Toulouse-Lautrec

A ressaca (1887–1888)

Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa (1864-1901) foi um pintor pós-impressionista, conhecido por retratar em suas pinturas a vida boêmia parisiense do final do século XIX. Toulouse-Lautrec deixara para trás uma vida rarefeita no campo de Languedoc, para mergulhar na camaradagem do mundo da arte e na vida marginal de Paris. Destarte, passara parte de sua vida, infelizmente curtíssima, nas ladeiras suburbanas de Montmartre, nos cabarés da cidade. Em suma, aproveitava a vida noturna que a cidade das luzes lhe oferecia, fazendo dela um de seu tema principal. Foi nesse ambiente, então, plenamente boêmio, que o pintor representou em grande parte de suas pinturas.

No Moulin Rouge, a dança (1890)
Marcelle Lender dançando no Bolero em Chilperic (1895)

As gravuras japonesas, nesta época, vieram como uma onda de influência, junto com a fotografia, promovendo transformações nas pinceladas de vários pintores. Toulouse-Lautrec foi um desses artistas, influenciado, também, por Degas. Acerca do tema, Belinda Thomson (1999), em seu livro “Pós-impressionismo”, argumenta que:

            “[…] a influência japonesa alcançava o nível de moda nas ruas. Assim, não tanto por sua novidade, mas pelo momento em que ocorreu, a mostra informal das gravuras colecionadas por Van Gogh foi fundamental para Bernard, Anquetin e Toulouse-Lautrec.”

Moulin Rouge, La Goulue (1891)

Sendo assim, podemos notar tamanha repercussão da arte japonesa nas pinturas dos artistas deste período, inclusive de Lautrec, podendo ser mais bem verificada em seus cartazes. É válido ressaltar que o pintor, além de pintar a vida boêmia da Paris fin-de-siècle, foi um litógrafo muy importante, revolucionando a arte de fazer cartazes.

Em seus menos de 20 anos de produção artística, pintou com tinta óleo, aquarela, pastel, produziu cartazes, descobriu o seu lugar de inspiração na vida noturna e deixou um legado solene. Entre os pós-impressionistas, Toulouse-Lautrec com certeza é um dos pintores que está dentro do meu top five. A maneira sem pudor e ao mesmo tempo sutil com que ele pintou a vida boêmia de Paris, para mim, é encantadora. As cores, o traço, as expressões, a forma como ele enquadrou as cenas; é um universo peculiar, todo “Toulouseano”.

La toilette, 1889 

Fonte:

THOMSON, Belinda. Pós-Impressionismo, Cosac & Naif: São Paulo, 1999.

Comentário baseado em aulas do curso de Artes Visuais do Centro Universitário de Maringá (Unicesumar), 2016.

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