Machado de Assis: Quem fostes tu?

Muitos de nós (infelizmente) tão somente conhecemos este nome quando remontamos à época do colégio, quanto tínhamos de ler “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, “Dom Casmurro”, “Quincas Borba”, por se tratar de leitura obrigatória em todas as grades curriculares.

Apelidado por seus vizinhos como “Bruxo do Cosme Velho”, Machado de Assis é um dos nomes mais importantes na história da literatura brasileira, tendo publicado duzentos contos, dez peças teatrais, dez romances, cinco coletâneas de poemas, e, mais de seiscentas crônicas.

Joaquim Maria Machado de Assis, nasceu aos 21 de junho de 1839 no Morro do Livramento, na cidade do Rio de Janeiro/RJ, à época, capital do Império. Fora o primogênito de Francisco José de Assis, um pintor e decorador de paredes, e, de Maria Leopoldina, uma imigrante portuguesa. Logo após sua nascença, fora batizado na mesma igreja onde seus pais celebraram seu matrimônio.

Desde criança, não esboçava muito apreço pelos estudos escolares. Foi então que se tornou amigo do Padre Silveira Sarmento, com quem pode de fato, aprender muitas coisas, dentre elas o latim, e, inclusive, sempre o auxiliava nas missas e afazeres da paróquia.

Logo aos dez anos de idade, perdeu sua mãe. Certo tempo após tal perda, seu pai casou-se novamente, e, como sua madrasta desempenhava atividade de doceira em uma escola, levava Joaquim para assistir algumas aulas. Durante este ínterim, concomitantemente com os estudos de latim com Padre Silveira, passou a frequentar uma padaria onde aprendia francês com um dos forneiros.

Com o passar dos anos, Machado viu a necessidade em encontrar um emprego, foi então, que aos quinze anos de idade, conheceu Francisco de Paula Brito, dono de uma livraria, uma tipografia e do Jornal da Cidade. Em questão de meses, a Marmota Fluminense (jornal editado por Paula Brito), expunha o poema “Ela” de Machado. 

Após a publicação, tudo passou a ser uma verdadeira questão de tempo, pois Joaquim não mais parou de escrever, e, ganhou, carinhosamente o apelido de “Machadinho”. Em meados de 1856, passou a trabalhar como aprendiz de tipógrafo, todavia, sempre fora severamente criticado, pois deixava seu trabalho de lado para que pudesse ler. Foi então que seu atual chefe, vendo sua predileção pela leitura, o apresentou a três grandes nomes do jornalismo: Pedro Luís, Quintino Boicauva, e Francisco Otaviano.

Pedro e Otaviano eram diretores do Correio Mercantil, e assim sendo, contrataram Joaquim como revisor de provas. Logo aos vinte anos de idade, Machado era frequentador assíduo da seara jornalística e literária carioca.

Seu primeiro livro de poesias fora publicado em 1864, “Crisálidas”, e, foi objeto de dedicatória exclusiva aos seus pais. Machado de Assis, recebeu, do atual Imperador o grau de “Cavaleiro da Ordem da Rosa”, em 1867, por todos seus serviços prestados às letras nacionais. E, pouco tempo depois, lhe fora concedida a nomeação de ajudante do diretor do Diário Oficial.

Foi conhecido e tido como o pai do realismo no Brasil, entre os anos de 1839 e 1908.

Importantíssimo ressaltar sua contribuição para com o universo literário, vez que fora um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, tendo Joaquim a presidido por mais de dez anos, e, tendo ocupado a cadeira de número 23.

Diante de toda robustez de seu estro, talento, brilhantismo e ás para a escrita, sigamos agora, com algumas curiosidades sobre nosso querido Machadinho.

Era fluente em vários idiomas, sendo que aprendera latim com o Padre da paróquia que frequentava; francês com o forneiro da padaria; e, inglês e alemão aprendeu sozinho.

Machado possuía uma grafia tão péssima, que por diversas vezes o próprio tinha sérias dificuldades em ler seus escritos.

Por mais que desempenhasse de maneira ímpar todo seu dote para com a escrita, era gago, e, por algumas vezes sentia dificuldade em se expressar oralmente. Também tinha epilepsia.

Era um assíduo e exímio enxadrista, tendo chegado a participar inclusive, do primeiro campeonato de xadrez do Brasil. Valendo ressaltar que as peças de xadrez utilizadas por Joaquim, encontram-se até os dias atuais expostas na Academia Brasileira de Letras.

Foi um dos primeiros a realizar a tradução das obras de Edgar Allan Poe para o português. Também fez traduções de Victor Hugo.

Pelo fato de Joaquim ter morado por anos na Rua Cosme Velho, em Bairro Cosme Velho, na cidade do Rio de Janeiro, há uma lenda que ronda a região, onde diziam que ele havia queimado diversas cartas em um caldeirão, tal feito, fez com que seus vizinhos passassem a chama-lo de “Bruxo do Cosme Velho”. Curioso o fato de que tal apelido ganhou notoriedade após Carlos Drummond de Andrade ter escrito “A um bruxo, com amor”, fazendo notória reverência a Machado.

Usou mais de 21 pseudônimos ao logo de sua carreira.

Seus principais romances foram: “Iaiá Garcia”, “Esaú e Jacó”, “Dom Casmurro”, “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, “Helena”, “Memorial de Aires”, e, “A Mão e a Luva”.

Dizem alguns biógrafos, que os mais próximos a Machado contam que suas últimas palavras antes de morrer foram: “A vida é boa”. Inclusive, após a morte de sua esposa, Machado desencadeou um sério quadro de depressão, o que fez com que sua saúde se fragilizasse, e,  às 3h20 de 29 de Setembro de 1908, em sua casa em Cosme Velho, Machado falece aos sessenta e nove anos de idade, em virtude de uma úlcera cancerosa em sua boca.

Fora sepultado no cemitério São João Batista, mas, em meados de 1999, seus restos mortais foram transportados para a sede da Academia Brasileira de Letras, estando ele junto por toda a eternidade de uma de suas maiores criações, a própria Academia, da qual foi um dos fundadores e seu primeiro presidente.

Referências:

http://educacao.globo.com/literatura/assunto/autores/machado-de-assis.html

https://revistagalileu.globo.com/Cultura/noticia/2017/06/11-curiosidades-sobre-machado-de-assis.html

mondolivro.com.br/5-curiosidades-sobre-machado-de-assis-patrono-do-fliaraxa/

Fonte da imagem:

https://www.todamateria.com.br/machado-de-assis/

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