A mostra Queermuseu – cartografias da diferença na arte brasileira, curada por Gaudêncio Fidelis, no espaço Santander Cultural, em Porto Alegre, causou muita polêmica e acabou terminando antes do previsto. A intenção da exposição era mostrar obras que tratam de sexualidade fora dos padrões de heteronormatividade impostos pela sociedade, obras que, segundo alguns, estão menos presentes em museus e exposições de arte, por isso o termo queer que em inglês é frequentemente ligado ao movimento LGBT.
Devido a pressões populares, sobretudo de grupos religiosos e do Movimento Brasil Livre, a mostra acabou antes do previsto. O fenômeno, por sua vez, gerou uma onda de críticas severas a exposições e performances artísticas que tratam de sexualidade, apresentam nudez – mesmo que não ligada à sexualidade – e outros temas que, infelizmente, ainda são grandes tabus no Brasil. O perigo, por trás dessa aparência de defesa da “moral e bons costumes”, no intuito de proteger pobres criancinhas indefesas, é simplesmente acabar com a liberdade de expressão artística, tão importante em termos de representação e reflexão. O que na época da ditadura era censura hoje se tornou pressão popular por um politicamente correto hipócrita.
No vídeo em questão, trato um pouco mais sobre o tema:
https://www.youtube.com/watch?v=QLaSGQObRVk&t=2s
Ainda aqui, no Artrianon, Pedro Kiss também expôs sua opinião em uma carta em forma de poema a Marina Abramovic, grande artista da performance, que diversas vezes usou nudez como uma ferramenta para expressar suas intenções artísticas, por exemplo, para mostrar a vulnerabilidade. Leia aqui:
https://artrianon.com/2017/10/06/carta-ao-artista-querida-marina-abramovic/