
Gian Lorenzo Bernini
O rapto de Prosérpina foi a primeira obra mitológica esculpida por Bernini. À pedido do cardeal e mecenas Scipione Borghese, Bernini produziu essa obra, aos 24 anos (há controvérsias de que ele a esculpiu aos 23 anos, mesma idade de Michelangelo quando esculpiu a Pietà). A obra conta o mito do rapto de Prosérpina da maneira mais teatral, aliás, as obras barrocas têm essa tendência dramática, e Bernini a executa com destreza, combinando-a com a fidelidade dos traços humanos, dos dedos ao semblante das personagens, envolvendo-nos na cena.
Se fosse necessário descrever esta obra em três palavras, seriam estas as escolhidas: EXPRESSÃO, DRAMATICIDADE E MOVIMENTO. Peculiaridades do estilo Barroco, que Bernini soube trabalhar como nenhum outro. Gombrich (1995) diz que as figuras de Bernini parecem respirar e quando observamos os detalhes e expressividade entendemos o porquê:

Suas obras possuem uma vivacidade surpreendente, tanto pelas expressões faciais, quanto pelos tecidos que envolvem as personagens, parece tudo muito tangível. Como se a Prosérpina estivesse conseguindo escapar de Plutão, que tenta raptá-la, como se ouvíssemos o resmungo de Plutão pelo empurrão que Prosérpina dá em seu rosto e ainda por cima escutássemos os gritos de socorro da indefesa Prosérpina.

Se por fotos já ficamos impressionados, imagina só ver isso de perto, a história de “perder o ar” se concretiza. O que mais me encanta nessa obra é o sentimento de verdade. A maneira como a obra foi disposta, todas as curvas, a pele tão viva e as expressões tão enérgicas dão movimento ao conjunto, fazendo um convite a nos envolver, percebendo cada elemento tácito, que ajuda a contar esse mito e nos faz sentir próximos, entendendo a dor do toque e o medo do rapto.
Fonte:
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC Livros Técnicos e Científicos, 1995.
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